Fome de Amor (P.Valmart)

Desejar-te toda, buscar-te, é minha sina,
Meu objetivo, sonho e projeto.
Em pétalas lascivas
Sugar o teu néctar,
E realizarmos este amor secreto.
- mensagens de amor e paixão
Não é exato que o prazer só perdura.
Muita vez vivido, cresce ainda mais.
Repetir as mil versões prévias, iguais
É aquilo que a nossa atracção segura:
O frêmito do teu traseiro há muito
A pedi-las! Oh, a tua carne é ardil!
E a segunda é, que traz venturas mil,
Que a tua voz presa exija o desfruto!
Esse abrir de joelhos!
Esse deixar-se coitar!
E o tremer, que à minha carne sinal solta
Que saciada a ânsia, logo te volta!
Esse serpear lasso!
As mãos a buscar--Me.
Tua a sorrir!
Ai, vezes que se faça:
Não fossem já tantas,
não tinha tanta graça!
Bertold Brecht
(Tradução de Aires Graça)
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O que fazer entre um orgasmo e outro,
quando se abre um intervalo
sem teu corpo?
Onde estou, quando não estou
no teu gozo incluído?
Sou todo exílio?
Que imperfeita forma de ser é essa
quando de ti sou apartado?
Que neutra forma toco
quando não toco teus seios, coxas
e não recolho o sopro da vida de tua boca?
O que fazer entre um poema e outro
olhando a cama, a folha fria?
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Índice dos poemas
Página Inicial
Mais Poemas Românticos, Sensuais, Eróticos, Apaixonados...
Meus seios...
Querer
Fome de Amor (P.Valmart)
E por que haveria de querer
Harmonia Velha
Não quero ser o último a comer-te
Hábitos de Amar
Intervalo Amoroso
Confluência
Uma Mulher
Excitação Poética
Teus Seios...
Razões de Amor
Amar ao Luar... (Maraína Bastos)
No Chuveiro... (Maraína Bastos)
Esta Saudade (J.G. Araújo Jorge)
Macho e Fêmea (Maraína Bastos)
Possuída (Maraína Bastos)
À Flor da Pele...
Fábrica de Amor (P.Valmart)
Sabor do Pecado... (P.Valmart)
Desconhecida... (P.Valmart)
Primeira Vez... (P.Valmart)
Tua voz na Primavera
Realidade (Florbela)
Delírio (Olavo Bilac)
Frêmito do meu Corpo
Beijo Eterno (Castro Alves)
Por Decoro (Arthur Azevedo)
Seio de Virgem
Poemeto Erótico (Manuel Bandeira)
J.G. de Araújo Jorge
Gosto de ti desesperadamente:
dos teus cabelos de tarde onde mergulho o rosto,
dos teus olhos de remanso onde me morro e descanso;
dos teus seios de ambrosias, brancos manjares trementes
com dois vermelhos morangos para as minhas alegrias;
de teu ventre - uma enseada - porto sem cais e sem mar -
branca areia à espera da onda que em vaivém vai se espraiar;
de teu quadris, instrumento de tantas curvas, convexo,
de tuas coxas que lembram as brancas asas do sexo;
- do teu corpo só de alvuras - das infinitas ternuras
de tuas mãos, que são ninhos de aconchegos e carinhos,
mãos angorás, que parecem que só de carícias tecem
esses desejos da gente...
Gosto de ti desesperadamente;
gosto de ti, toda, inteira nua, nua, bela, bela,
dos teus cabelos de tarde aos teus pés de Cinderela,
(há dois pássaros inquietos em teus pequeninos pés)
- gosto de ti, feiticeira,
tal como tu és...
(Poema de JG de Araujo Jorge,extraído do livro A SÓS... , 1958)