Fome de Amor (P.Valmart)

Fome de Amor


Faminto estou de teu prazer, menina,
Desejar-te toda, buscar-te, é minha sina,
Meu objetivo, sonho e projeto.
Em pétalas lascivas
Quero desfolhar-te,
Sugar o teu néctar,
Hei de saciar-te
E realizarmos este amor secreto.
Deixa-me sugar-te, minha flor,
E em troca, me devora, por favor...
Tem pena de mim, do que sinto,
Vem pra saciar-me,
Que de tua carne
Eu estou faminto...
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E por que haveria de querer

E por que haverias de querer...




E por que haverias de querer minha alma
Na tua cama?Disse palavras líquidas, deleitosas, ásperas
Obscenas, porque era assim que gostávamos.
Mas não menti gozo prazer lascívia
Nem omiti que a alma está além, buscando
Aquele Outro. E te repito: por que haverias
De querer minha alma na tua cama?
Jubila-te da memória de coitos e de acertos.
Ou tenta-me de novo. Obriga-me.

Hilda Hilst
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Harmonia Velha

Harmonia Velha


O teu beijo resume

Todas as sensações dos meus sentidos
A cor, o gosto, o tato, a música, o perfume
Dos teus lábios acesos e estendidos
Fazem a escala ardente com que acordas o fauno encantador
Que, na lira sensual de cinco cordas,
Tange a canção do amor!

E o tato mais vibrante,
O sabor mais sutil, a cor mais louca,
O perfume mais doido, o som mais provocante
Moram na flor triunfal da tua boca!
Flor que se olha, e ouve, e toca, e prova, e aspira;
Flor de alma, que é também
Um acorde em minha lira,
Que é meu mal e é meu bem...

Se uma emoção estranha
o gosto de uma fruta, a luz de um poente
- chega a mim, não sei de onde, e bruscamente ganha
qualquer sentido meu, é a ti somente
que ouço, ou aspiro, ou provo, ou toco, ou vejo...
E acabo de pensar
Que qualquer emoção vem de teu beijo
Que anda disperso no ar...

Guilherme de Almeida
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Não quero ser o último a comer-te (Drummond)

Não quero ser o último
a comer-te

Não quero ser o último a comer-te.
Se em tempo não ousei, agora é tarde.
Nem sopra a flama antiga nem beber-te
aplacaria sede que não arde
.
em minha boca seca de querer-te,
de desejar-te tanto e sem alarde,
fome que não sofria padecer-te
assim pasto de tantos, e eu covarde
.
a esperar que limpasses toda a gala
que por teu corpo e alma ainda resvala,
e chegasses, intata, renascida,
.
para travar comigo a luta extrema
que fizesse de toda a nossa vida
um chamejante, universal poema.
Carlos Drummond de Andrade
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Hábitos de Amar

Hábitos de amar



Não é exato que o prazer só perdura.

Muita vez vivido, cresce ainda mais.
Repetir as mil versões prévias, iguais
É aquilo que a nossa atracção segura:

O frêmito do teu traseiro há muito
A pedi-las! Oh, a tua carne é ardil!
E a segunda é, que traz venturas mil,
Que a tua voz presa exija o desfruto!

Esse abrir de joelhos!
Esse deixar-se coitar!
E o tremer, que à minha carne sinal solta
Que saciada a ânsia, logo te volta!
Esse serpear lasso!
As mãos a buscar--Me.
Tua a sorrir!
Ai, vezes que se faça:
Não fossem já tantas,
não tinha tanta graça!

Bertold Brecht
(Tradução de Aires Graça)

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Intervalo Amoroso

Intervalo amoroso



O que fazer entre um orgasmo e outro,

quando se abre um intervalo
sem teu corpo?

Onde estou, quando não estou
no teu gozo incluído?
Sou todo exílio?

Que imperfeita forma de ser é essa
quando de ti sou apartado?

Que neutra forma toco
quando não toco teus seios, coxas
e não recolho o sopro da vida de tua boca?

O que fazer entre um poema e outro
olhando a cama, a folha fria?
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Confluência

Confluência
Ter-te amado, a fantasia exata se cumprindo
sem distância.
Ter-te amado convertendo em mel
o que era ânsia.
Ter-te amado a boca, o tato, o cheiro:
intumescente encontro de reentrâncias.
Ter-te amado
fez-me sentir:
no corpo teu, o meu desejo
– é ancorada errância.

Affonso Romano de Sant'Anna
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Uma Mulher

Uma Mulher

Uma Mulher
Uma mulher caminha nua pelo quarto

é lenta como a luz daquela estrela
é tão secreta uma mulher que ao vê-la
nua no quarto pouco se sabe dela

a cor da pele, dos pêlos, o cabelo
o modo de pisar, algumas marcas
a curva arredondada de suas ancas
a parte onde a carne é mais branca

uma mulher é feita de mistérios
tudo se esconde: os sonhos, as axilas,
a vagina
ela envelhece e esconde uma menina
que permanece onde ela está agora
o homem que descobre uma mulher
será sempre o primeiro a ver a aurora.

Bruna Lombardi
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Excitação Poética

Excitação Poética
(Maraína Bastos)
Quando escrevo, eu me excito
Só, de amor, pensar em ti...
Sinto as entranhas ardendo,
Vou com prazer remoendo
O que contigo vivi.

Ondas de calor me afagam,
Sofro a dor dos desejos.
E cada verso transpira
A excitação que me inspira
A buscar mais por teus beijos.

Cada poema que faço
É como amor fazer:
Tomar-te em mim, amado,
Sentir teu corpo adorado
Penetrando em meu querer...

Rolam as letras que traço
Como rolamos nós dois...
E permanecem mostrando,
Nosso prazer expressando
Antes, durante... e depois...
Maraína Bastos
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Querer

Querer


Quero massagear o teu corpo,
Como se te prestasse um tributo de paixão.
E com minhas mãos, como que num ritual,
Percorrer-te todos os caminhos
E dele extrair a chama da combustão.
E cheirá-la por inteiro,
No ardor de farejar o âmago de tua alma fêmea.
E beijá-la voluptuosamente e com meus lábios
Sorver o suor ensandecido de teus poros
Quero, então, corpos unidos,
Dançar ao som de teus gemidos e sussurros
A dança terna e alucinante do amor.

José Eduardo Mendes Camargo

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Meus seios...
Querer
Fome de Amor (P.Valmart)
E por que haveria de querer
Harmonia Velha
Não quero ser o último a comer-te
Hábitos de Amar
Intervalo Amoroso
Confluência
Uma Mulher
Excitação Poética
Teus Seios...
Razões de Amor
Amar ao Luar... (Maraína Bastos)
No Chuveiro... (Maraína Bastos)
Esta Saudade (J.G. Araújo Jorge)
Macho e Fêmea (Maraína Bastos)
Possuída (Maraína Bastos)
À Flor da Pele...
Fábrica de Amor (P.Valmart)
Sabor do Pecado... (P.Valmart)
Desconhecida... (P.Valmart)
Primeira Vez... (P.Valmart)
Tua voz na Primavera
Realidade (Florbela)
Delírio (Olavo Bilac)
Frêmito do meu Corpo
Beijo Eterno (Castro Alves)
Por Decoro (Arthur Azevedo)
Seio de Virgem
Poemeto Erótico (Manuel Bandeira)

Teus Seios...

Teus Seios...
Teus seios... quando os sinto, quando os beijo
na ânsia febril de amante incontentado,
são pólos recebendo o meu desejo,
nos momentos sublimes de pecado...

E às manhãs... quando acaso, entre lençóis
das roupagens do leito, saltam nus,
lembram, não sei, dois lindos girassóis
fugindo à sombra e procurando a luz!...

Florações róseas de uma carne em flor
que se ostenta a tremer em dois botões
na primavera ardente de um amor
que vive para as nossas sensações...

Túmidos... cheios... palpitantes, como
dois bagos do teu corpo de sereia
,tem um rubro botão em cada pomo
como duas cerejas sobre a areia...

Quando os tenho nas mãos... Quantas delícias!...
Arrepiam-se, trêmulos , sensuais,
e ao contato nervoso das carícias
tocam-me o peito como dois punhais!...

Meu lúbrico prazer sempre consolo
na carne destas ondas revoltadas,
que são como taças emborcadas
no moreno inebriante do teu colo...

(Poema de J. G. de Araujo Jorge, extraído do livro
Poemas do Amor Ardente - 1961)

Razões de Amor

Razões de amor


J.G. de Araújo Jorge


Gosto de ti desesperadamente:
dos teus cabelos de tarde onde mergulho o rosto,
dos teus olhos de remanso onde me morro e descanso;
dos teus seios de ambrosias, brancos manjares trementes
com dois vermelhos morangos para as minhas alegrias;
de teu ventre - uma enseada - porto sem cais e sem mar -
branca areia à espera da onda que em vaivém vai se espraiar;
de teu quadris, instrumento de tantas curvas, convexo,
de tuas coxas que lembram as brancas asas do sexo;
- do teu corpo só de alvuras - das infinitas ternuras
de tuas mãos, que são ninhos de aconchegos e carinhos,
mãos angorás, que parecem que só de carícias tecem
esses desejos da gente...
Gosto de ti desesperadamente;
gosto de ti, toda, inteira nua, nua, bela, bela,
dos teus cabelos de tarde aos teus pés de Cinderela,
(há dois pássaros inquietos em teus pequeninos pés)
- gosto de ti, feiticeira,
tal como tu és...


(Poema de JG de Araujo Jorge,extraído do livro A SÓS... , 1958)

Minha Deusa...

Minha Deusa...

Minha Deusa

Piero Valmart

.
Quando, exaltado, me enrosco em teu corpo
Provocando o frenesi de teus desejos,
É como se adentrasse o portal do paraíso,
E de uma deusa roubasse doces beijos...
.
És minha Vênus, deusa de meus prazeres,
Eu, teu escravo, cativo estou desta paixão
Que me entorpece os sentidos, me alucina,
E a ti me enlaça, na mais perfeita união.
.
De puro néctar, com sabor de ambrosia,
Sugo teus lábios e a pele, de aroma divinal...
A ti me entrego dia e noite, noite e dia,
Desfalecendo num clímax sensacional...
.
Vem, deusa minha, divindade desejada,
Satisfazer minha fatal necessidade,
Que eu em troca te amarei perdidamente,
No céu, na terra, para toda eternidade...


Piero Valmart
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Lua de Mel (P.Valmart)

Lua de Mel


(Piero Valmart)

Para nós o tempo a paixão aprimora,
Acelera, inebria, dia-a-dia melhora,
Em intensos momentos de desejo ardente,
Onde os corpos se fundem no ato amoroso
Tradução de ternura, fascínio e gozo,
Que alucinam, inflamam, completam a gente.

Nossas noites transbordam em juras e encantos,
Sutilezas, anseios e carinhos tantos,
Na alcova de prazeres, verdadeiro céu,
Que os dias prosseguem no mesmo compasso,
Delirando de amor, busco teu abraço,
No eterno fascínio de uma lua-de-mel.

Piero Valmart
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Esta Saudade (J.G. Araújo Jorge)

Esta Saudade

"Esta saudade és tu.. . E é toda feita
de ti, dos teus cabelos, dos teus olhos
que permanecem como estrelas vagas:
dois anseios de amor, coagulados.

Esta saudade és tu ... É esse teu jeito
de pomba mansa nos meus braços quieta;
é a tua voz tecida de silêncio
nas palavras de amor que ainda sussurram.

Esta saudade são teus seios brancos;
tuas carícias que ainda estão comigo
deixando insones todos os sentidos.

Esta saudade és tu ... É a tua falta
viva, em meu corpo, na minha alma, viva,
... enquanto eu morro no meu pensamento.

( J. G . de Araujo Jorge - coletânea -"Poemas do Amor Ardente" 1a ed.1961)

Possuída (Maraína Bastos)

Possuída
Maraína Bastos

Ahhhhh......
Acolher-te em mim, amado,
Que sensação incrível...
É navegar num mar
Ardente, aprazível,
É notar que, afinal,
Pra isso vale a vida...
É um prazer total
Sentir-me possuída,
É provar as delícias
Aos deuses reservadas,
É fartar o instinto,
Pois com você me sinto
De todas a mulheres
A mais das desejadas...


À Flor da Pele...

À Flor da Pele...
Piero Valmart
À flor da pele

Piero Valmart

Vou deslizando meus dedos por essa estrada sedosa,
Em cada curva que passo, um odor, novas surpresas:
É tua pele macia, horizonte de belezas,
Delícias de minha vida, companheira, saborosa...

Em tua cútis, a boca rastejo, de sul a norte,
Provocando em cada pêlo um gostoso arrepio,
E sinto que te contorces como a gazela no cio,
E te envolvo, faminto, e te abraço bem forte...

Inexplicáveis momentos de ternura, de paixão,
De corpos embriagados, em transe de comoção,
Com gemidos e suspiros saltando à flor da pele...

E prossigo no caminho de mistérios tão infindos,
Amando teu ser completo, fitando teus olhos lindos,
Até que afinal, num beijo, meu prazer tua boca sele...

Fábrica de Amor (P.Valmart)

Fábrica de AmorFábrica de amor

O quanto, menina, anseio
Beijar-te toda, teu seio,
Cabelos, pele e boca,
Levar-te ao delírio extremo,
Calar-te enquanto gemo,
Enquanto te faço louca...

Quero adentrar verdejantes
Matas, vales excitantes,
E me perder em desejos...
Quero atar-te junto a mim,
Fazermos amor sem fim,
Me consumir com teus beijos...

Enquanto estivermos longe
Me comporto como um monge,
Apenas ao teu dispor.
És meu sonho desejado,
Meu paraíso encantado,
Minha fábrica de amor!

Piero Valmart


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Sabor do Pecado... (P.Valmart)

Sabor do pecado...

Tens um odor encantado,
Meu objeto adorado,
Colibri dos dias meus...
Se me beijas como à flor,
Eu me entrego com ardor
Ao sabor dos lábios teus.

Nosso caso, apimentado,
Com tempero de pecado,
Transborda em excitação.
No vai-vem dos nossos laços,
No roçar de nossos braços,
Explode esta relação.

O momento mais bonito
É quando vibro e grito
De tanta satisfação...
Nada embota este prazer
Que é a ti pertencer,
Corpo, alma e coração...

Piero Valmart

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Frêmito do meu Corpo
Beijo Eterno (Castro Alves)
Por Decoro (Arthur Azevedo)
Seio de Virgem
Êxtase






Desconhecida... (P.Valmart)

Desconhecida...
Um olhar sensual, de pantera no cio,
Trejeitos no andar, um sorriso macio,
E eu logo me deixo envolver feito louco.
Ao primeiro abraço, num toque sutil,
Vou despindo teu ser, meus desejos a mil,
E sou teu, me devoras, me tens só pra ti... pouco a pouco.

Quem és tu, donde vens, adorável pantera,
Mistura de anjo, de gata, de fera,
Que mistério é esse que me enfeitiça?
Enquanto teu corpo me aceita carente,
Me derreto em prazeres, deliciosamente,
No incêndio que esta fagulha atiça.

Piero Valmart

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Seio de Virgem

Primeira Vez... (P.Valmart)

Primeira Vez...

Uma boca doce que se abre em flor,
Um ventre macio tão acolhedor
Que acende a fogueira da minha paixão...
Te envolvo em carícias, suspiros, delírios,
Flor imaculada, meiga como lírios,
Vou fazer-te amante, minha adoração.


Momento aguardado ansiosamente,
Expectativas uniram a gente
E em áureas magias o amor se fez...
Foi tanta delícia, juntos, abraçados,
Que ainda em êxtase, já realizados,
Celebramos, ébrios, a primeira vez...

Piero Valmart

Tua voz na Primavera

Tua Voz na Primavera

A tua voz na primavera
Manto de seda azul, o céu reflete
Quanta alegria na minha alma vai!
Tenho os meus lábios úmidos: tomai

A flor e o mel que a vida nos promete!
Sinfonia de luz meu corpo não repete
O ritmo e a cor dum mesmo beijo... olhai!



Iguala o sol que sempre às ondas cai,
Sem que a visão dos poentes se complete!
Meus pequeninos seios cor-de-rosa,
Se os roça ou prende a tua mão nervosa,



Têm a firmeza elástica dos gamos...
Para os teus beijos, sensual, flori!
E amendoeira em flor, só ofereço os ramos,
Só me exalto e sou linda para ti!
Florbela Espanca
<>
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Realidade (Florbela)

Realidade

Em ti o meu olhar fez-se alvorada
E a minha voz fez-se gorgeio de ninho...
E a minha rubra boca apaixonada
Teve a frescura pálida do linho...


Embriagou-me o teu beijo como um vinho
Fulvo de Espanha, em taça cinzelada...
E a minha cabeleireira desatada
Pôs a teus pés a sombra dum caminho...


Minhas pálpebras são cor de verbena,
Eu tenho os olhos garços, sou morena,
E para te encontrar foi que eu nasci...


Tens sido vida fora o meu desejo
E agora, que te falo, que te vejo,
Não sei se te encontrei... se te perdi...
Florbela Espanca
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Delírio (Olavo Bilac)

Delírio


Nua, mas para o amor não cabe o pejo
Na minha a sua boca eu comprimia.
E, em frêmitos carnais, ela dizia:
– Mais abaixo, meu bem, quero o teu beijo!


Na inconsciência bruta do meu desejo
Fremente, a minha boca obedecia,
E os seus seios, tão rígidos mordia,
Fazendo-a arrepiar em doce arpejo.


Em suspiros de gozos infinitos
Disse-me ela, ainda quase em grito:
– Mais abaixo, meu bem! – num frenesi.


No seu ventre pousei a minha boca,
– Mais abaixo, meu bem! – disse ela, louca,
Moralistas, perdoai! Obedeci....



Olavo Bilac



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Amar ao Luar... (Maraína Bastos)
No Chuveiro... (Maraína Bastos)
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À Flor da Pele...
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Frêmito do meu Corpo
Beijo Eterno (Castro Alves)
Por Decoro (Arthur Azevedo)
Seio de Virgem
Poemeto Erótico (Manuel Bandeira)

Frêmito do meu Corpo

Frêmito do Meu Corpo
Frémito do meu corpo a procurar-te,
Febre das minhas mãos na tua pele
Que cheira a âmbar, a baunilha e a mel,
Doido anseio dos meus braços a abraçar-te,
.
Olhos buscando os teus por toda a parte,
Sede de beijos, amargor de fel,
Estonteante fome, áspera e cruel,
Que nada existe que a mitigue e a farte!
.
E vejo-te tão longe! Sinto a tua alma
Junto da minha, uma lagoa calma,
A dizer-me, a cantar que me não amas...
.
E o meu coração que tu não sentes,
Vai boiando ao acaso das correntes,
Esquife negro sobre um mar de chamas...

Florbela Espanca

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Mais poemas eróticos/românticos/sensuais:

Beijo Eterno (Castro Alves)

Beijo eterno

Quero um beijo sem fim,

Que dure a vida inteira e aplaque o meu desejo!

Ferve-me o sangue.

Acalma-o com teu beijo,

Beija-me assim!

O ouvido fecha ao rumor

Do mundo, e beija-me, querida!

Vive só para mim, só para a minha vida,

Só para o meu amor!



Fora, repouse em paz

Dormindo em calmo sono a calma natureza,

Ou se debata, das tormentas presa,

Beija inda mais!

E, enquanto o brando calor

Sinto em meu peito de teu seio,

Nossas bocas febris se unam com o mesmo anseio,

Com o mesmo ardente amor!...



Diz tua boca: "Vem!"

Inda mais! diz a minha, a soluçar... Exclama

Todo o meu corpo que o teu corpo chama:

"Morde também!"

Ai! morde! que doce é a dor

Que me entra as carnes, e as tortura!

Beija mais! morde mais!

que eu morra de ventura,

Morto por teu amor!

Por Decoro (Arthur Azevedo)

Por decoro


Quando me esperas, palpitando amores,

E os lábios grossos e úmidos me estendes,
E do teu corpo cálido desprendes
Desconhecido olor de estranhas flores;


Quando, toda suspiros e fervores,
Nesta prisão de músculos te prendes,
E aos meus beijos de sátiro te rendes,
Furtando às rosas as purpúreas cores;


Os olhos teus, inexpressivamente,
Entrefechados, lânguidos, tranqüilos,
Olham, meu doce amor, de tal maneira,


Que, se olhassem assim, publicamente,
Deveria, perdoa-me, cobri-los
Uma discreta folha de parreira.

Seio de Virgem

Seio de Virgem


O que eu sonho noite e dia,
O que me dá poesia
E me torna a vida bela,
O que num brando roçar
Faz meu peito se agitar,
E o teu seio, donzela!


Oh! quem pintara o cetim
Desses limões de marfim,
Os leves cerúleos veios
Na brancura deslumbrante
E o tremido de teus seios?


Ouando os vejo, de paixão
Sinto pruridos na mão
De os apalpar e conter...
Sorriste do meu desejo?
Loucura! bastava um beijo
Para neles se morrer!



Álvares de Azevedo

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Amar ao Luar... (Maraína Bastos)
No Chuveiro... (Maraína Bastos)
Esta Saudade (J.G. Araújo Jorge)
Macho e Fêmea (Maraína Bastos)
Possuída (Maraína Bastos)
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Sabor do Pecado... (P.Valmart)
Desconhecida... (P.Valmart)
Primeira Vez... (P.Valmart)
Tua voz na Primavera
Realidade (Florbela)
Delírio (Olavo Bilac)
Frêmito do meu Corpo
Beijo Eterno (Castro Alves)
Por Decoro (Arthur Azevedo)
Seio de Virgem
Poemeto Erótico (Manuel Bandeira)

Poemeto Erótico (Manuel Bandeira)

Poema Erótico

Teu corpo claro e perfeito,
- Teu corpo de maravilha
Quero possuí-lo no leito
Estreito da redondilha...

Teu corpo é tudo o que cheira...
Rosa... flor de laranjeira...
Teu corpo branco e macio
É como um véu de noivado...

Teu corpo é pomo doirado...
Rosal queimado do estio,
Desfalecido em perfume...
Teu corpo é a brasa do lume...

Teu corpo é chama e flameja
Como à tarde os horizontes...
É puro como nas fontes
A água clara que serpeja,
Que em cantigas se derrama...
Volúpia de água e da chama...

A todo momento o vejo...
Teu corpo... a única ilha
No oceano do meu desejo...

Teu corpo é tudo o que brilha,
Teu corpo é tudo o que cheira...
Rosa, flor de laranjeira...

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Amar ao Luar... (Maraína Bastos)
No Chuveiro... (Maraína Bastos)
Esta Saudade (J.G. Araújo Jorge)
Macho e Fêmea (Maraína Bastos)
Possuída (Maraína Bastos)
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Desconhecida... (P.Valmart)
Primeira Vez... (P.Valmart)
Tua voz na Primavera
Realidade (Florbela)
Delírio (Olavo Bilac)
Frêmito do meu Corpo
Beijo Eterno (Castro Alves)
Por Decoro (Arthur Azevedo)
Seio de Virgem
Poemeto Erótico (Manuel Bandeira)